QUATRO EM CADA DEZ ELEITORES NÃO COMPARECERAM ÀS URNAS E UM EM CADA TRÊS INVALIDARAM O VOTO NA ELEIÇÃO MUNICIPAL DE RG

-
Com os números disponibilizados pela Justiça Eleitoral é possível afirmar que quatro em cada dez eleitores não compareceram nas seções eleitorais para registrar o voto. Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil
A eleição na cidade do Rio Grande foi concluída há pouco mais de dez dias, mas um fato do pleito, que apontou Darlene Pereira como prefeita para os próximos quatro anos, ainda chama a atenção. Dados da Justiça Eleitoral mostram que a ausência de eleitores vem aumentando consideravelmente nos últimos 12 anos e no dia 6 de outubro a abstenção alcançou os 30,75%.
Ao todo, 47.639 pessoas não compareceram às urnas para escolher os seus representantes. Ao longo da transmissão da rádio Cultura Riograndina, os relatos da equipe de reportagem pelas ruas destacavam a movimentação tranquila nos locais de votação, situação que levou este jornalista e o radialista, advogado e ex-vereador rio-grandino, Alberto Amaral Alfaro, a cogitar a possibilidade de uma abstenção expressiva.
Segundo o professor de matemática, Felipe Vilar, com os números disponibilizados pela Justiça Eleitoral é possível afirmar que quatro em cada dez eleitores não compareceram nas seções eleitorais para registrar o voto. Quando a proporção é calculada em relação aos votos brancos (5.901) e nulos (3.492), a constatação foi de que a cada três eleitores, um não ajudou a decidir a eleição, invalidando o voto.
Consultado pela reportagem do site Papareia News, o radialista, advogado e ex-vereador, Alberto Amaral Alfaro, atribuiu este cenário ao descrédito da sociedade com a política. “Considerando todos esses dados oficiais e sendo o voto obrigatório, se impõe uma análise sociológica sobre esse fenômeno. Eu diria que há um desencanto com as representações políticas, em todos os níveis de poder”, afirmou.
Alfaro também lembrou da percepção durante a cobertura, diante dos relatos de baixa movimentação nos pontos de votação. “Na rádio Cultura Riograndina, durante a análise pré-resultados, comentamos eu e você sobre a percepção que sentimos ao exercitar nosso direito de voto, da falta de eleitores e do pouco movimento nas ruas”, recordou. Ele acredita que o aumento das abstenções traz uma mensagem aos representantes constituídos em todas as esferas.
“Toda a cidadania deve refletir sobre esse recado silencioso das urnas e mais ainda as nossas representações. Teremos daqui a dois anos eleições para presidência da república, senado, câmara dos deputados, governos estaduais e assembleias legislativas. A pergunta é: a quem interessa alguma modificação nesse jogo de interesses? Aos que têm essas procurações? Não acredito! Quem viver verá, infelizmente”, concluiu Alfaro.