JORNALISTAS E COMUNICADORES RIO-GRANDINOS LAMENTAM A MORTE DE JULIETA AMARAL

  • Julieta trabalhou por 29 na RBS TV Rio Grande e atuou em coberturas marcantes do jornalismo rio-grandino. Foto: Divulgação/Facebook

Morreu no final da noite desta sexta-feira (25), aos 62 anos, a jornalista rio-grandina, Julieta Amaral. Há três anos ela havia sido diagnosticada com um câncer agressivo no pâncreas e desde então vinha lutando contra a doença, realizando tratamento com a equipe médica do Hospital Mãe de Deus, em Porto Alegre, porém nesta semana seu quadro de saúde se agravou causando o falecimento.

Com uma carreira sólida e marcada por inúmeros reconhecimentos, ela trabalhou por 29 anos na RBS TV Rio Grande, atuando em diversas coberturas marcantes, entre elas o caso do Navio Bahamas, em 1998, e a chuva de granizo que atingiu a cidade no mesmo ano.

Em 2017, quando a emissora completou 40 anos de fundação no município, Julieta fez parte de um material especial preparado para comemorar as quatro décadas de jornalismo local. Na ocasião, ela relembrou momentos inesquecíveis de sua carreira e falou sobre a contribuição da empresa para sua vida.

“Eu tenho um carinho muito grande pela empresa. Eu tenho um carinho muito grande pela RBS TV Rio Grande. Eu ei momentos de desafios na minha vida que foram muito importantes e que fazem parte de minha história hoje como ser humano”, afirmou ela na ocasião.

O comunicador Adão Rosa, que trabalhou na RBS TV com Julieta entre os anos 1987 e 1990, relembrou momentos compartilhados com ela na redação. Adão a descreveu como uma pessoa descontraída, amiga e sempre disposta a ajudar os colegas.

“Naqueles três anos em que trabalhamos juntos, eu nunca vi a Julieta chateada ou brava. Ela era uma pessoa de índole impecável e dona de um texto de grande qualidade. A Julieta será uma grande referência para quem está ingressando no jornalismo”, garantiu Adão.

Amiga de mais de quatro décadas, a também jornalista Rosane Borges fez destaque para a caminhada trilhada por Julieta na comunicação. Formada em Jornalismo um ano depois que Rosane, em 1985, a profissional teve agens pelo Jornal Agora e nas rádios Itapema e FURG FM, além da RBS TV.

“Fiquei três anos na RBS e quando saí ela entrou no meu lugar. Foi a melhor repórter que a RBS teve aqui e ouso dizer das melhores do estado. Ela deixa um enorme legado como repórter e comunicadora. Tinha a televisão no sangue e no coração. Era naturalmente televisiva”, enfatizou. Rosane.

O jornalista Diniz Júnior, que atuou como chefe de jornalismo da RBS TV Rio Grande entre 1983 e 2000, exaltou a energia e o bom humor de Julieta. Ele lembrou que antes de assumir como repórter na TV, ela trabalhava como correspondente do jornal Correio do Povo e bastaram 30 minutos de conversa para que ela aceitasse o convite.

“Trinta minutos de conversa foram suficientes para contratar a Ju que engrandeceu o telejornalismo gaúcho. Ela tinha uma enorme energia e bom humor acima de tudo. Deixa um legado imenso para a comunidade e profissionais da comunicação. Meus sentimentos ao Pedro, à Caroline e a todos os familiares”, lamentou Diniz.

O rio-grandino Marcelo Cosme, jornalista de destaque na Globo News e que iniciou sua carreira com Julieta, utilizou seu perfil oficial no Instagram para falar dos momentos especiais vividos ao lado dela. Segundo ele, Julieta ajudou a melhorar e a transformar a vida de muitas pessoas.

“Julieta me ensinou a segurar o microfone. Fazer um texto. Criar fontes. Olhar para a câmera. Gravar um texto. Editar. Eu aria horas escrevendo o que aprendi com ela. A maior lição que me ou foi a de que o jornalismo serve para ajudar as pessoas. Ela sempre dizia ‘o povo ajuda o povo’”, escreveu Cosme.

Através do stories do Instagram, a jornalista pelotense, Nathalia King, disse que Julieta foi como uma segunda mãe, dando a ela sua primeira chance na RBS TV Rio Grande, no ano de 2012. Nathalia postou que lembrará das risadas e brincadeiras dentro de um trabalho sério que sempre foi feito de forma leve.

“Triste demais com a notícia da partida da Ju. Me pegou pela mão e me deu a primeira chance na RBS de Rio Grande, lá em 2012. Sem me conhecer, confiou no meu potencial. A ‘amiguinha' foi chefe, colega, amiga e até fiadora. A pessoa com o maior coração do mundo”, publicou a jornalista que hoje atua como militar do Exército.

Após anunciar sua saída da RBS TV, Julieta realizou trabalhos específicos de assessoria de imprensa para organizações e também realizou o sonho de participar ativamente de projetos sociais. Nos últimos anos, ela atuou como presidente e vice do Lar Maria Carmem e integrou o Grupo De Mãos Dadas.

Por meio de nota, emitida na manhã deste sábado (26), a Prefeitura Municipal reconheceu a trajetória profissional da jornalista e disse Julieta foi a cara da cidade para o Rio Grande do Sul e o Brasil. Em razão do falecimento, o prefeito municipal Fábio Branco decretou luto oficial de três dias.

"Rio Grande hoje se despede da jornalista Julieta Amaral. Por mais de duas décadas, Julieta foi a cara de nossa cidade para o resto do RS e para todo o Brasil. O município do Rio Grande reconhece esta trajetória e externa o mais profundo sentimento de pesar aos famoiliares. Em sinal de respeito, será decretado luto oficial de três dias".

O velório de Julieta Amaral acontece na Capela B5 da Funerária Santa Casa, a partir das 09h deste sábado e o sepultamento está marcado para as 15h30.