O 6º Grupo de Artilharia de Campanha (GAC) realizou, no final da tarde desta sexta-feira, uma cerimônia religiosa em homenagem à Santa Bárbara, considerada a padroeira da arma de artilharia. A missa foi realizada no pátio interno da unidade e contou com a celebração do bispo da Diocese do Rio Grande, Dom Ricardo Hoepers, e do capelão militar da 8ª Brigada de Infantaria Motorizada (BIMtz), tenente Fabiano Almeida.

Inicialmente, a missa seria realizada na Praça das Forças Armadas, mas em virtude do aumento dos casos de coronavírus e dos protocolos de distanciamento, o encontro reuniu apenas militares e em um número bastante reduzido. Todos os participantes da missa utilizaram máscaras de proteção e foram posicionados de forma a evitar aglomerações e garantir a celebração do ato de forma segura.

O bispo Dom Ricardo Hoepers falou sobre a importância de Santa Bárbara para a religião católica. “Hoje nós recordamos essa santa que foi mártir no início da igreja, onde os cristãos eram perseguidos. Nessa perseguição, esta jovem conheceu a fé cristã, aceitou ser batizada e acabou sendo decapitada pelo Império Romano. Santa Bárbara nos ensina que nós não podemos desistir nunca dos nossos sonhos e daquilo que nós temos como vocação”.

“No Rio Grande nós temos essa oportunidade, junto ao Exército, de celebrar Santa Bárbara. É um momento importante para eles, porque todo santo é para a Igreja Católica um herói, com virtudes. Então as virtudes são aquelas pessoas que nos deixam boas lições das quais a gente pode viver ainda hoje. Então Santa Bárbara é uma mulher virtuosa que tem muito a nos ensinar”, completou Hoepers.

O capelão militar, tenente Fabiano Almeida, também falou sobre o significado de Santa Bárbara para os militares. “Desde os tempos mais antigos dos cristãos, nós tivemos aqueles heróis que nós chamamos de santos e buscamos seguir seus exemplos. E Bárbara foi esse exemplo de fidelidade até o fim. No dia de sua morte, aconteceram várias situações no tempo, como trovões e chuvas. Então os artilheiros como precisam muito do tempo para a questão do tiro e do cálculo, sempre pediram a proteção de Santa Bárbara”, explicou.

Já o comandante da unidade, tenente-coronel Pedro Ivo de Almeida Silva, destacou a escolha de Santa Bárbara como padroeira da artilharia. “Artilharia, a arma dos raios e trovões. A escolha de Santa Bárbara pelos nossos anteados para ser a padroeira da artilharia, não poderia se encaixar de melhor maneira. Eu sou devoto de Santa Bárbara, tanto que a minha filha se chama Bárbara também”, revelou.

“Mexe bastante com a nossa emoção, porque em um quartel de artilharia do Rio de Janeiro, a Fortaleza de Santa Cruz da Barra, chegou uma imagem de Santa Bárbara, em meados do século XVI, toda em madeira e ficou nesse aquartelamento provisoriamente para ir para uma sede no centro do Rio. Ocorre que todas as vezes que alguma embarcação tentava retirar a santa, o mar ficava revolto e os barcos acabavam indo a pico e não conseguiram por quatro vezes tirá-la de lá. Ela permanece até hoje em uma capela pequena, porém muito bonita”, concluiu Ivo.