Neste sábado (1), milhares de umbandistas rio-grandinos e das mais diversas regiões do estado prestam homenagens à Iemanjá, orixá considerada como a Rainha do Mar. Nessa época do ano, a estátua existente no balneário Cassino se transforma em um ponto de peregrinação e inúmeras são as manifestações de agradecimentos por graças alcançadas.

De autoria do artista rio-grandino Érico Gobbi, a obra foi inaugurada no ano de 1976, durante o governo do então prefeito Rubens Emil Corrêa. A história por trás da construção da estátua foi contada por Gobbi em um especial produzido pela TV Câmara em 2009, meses antes de seu falecimento, em decorrência de uma parada cardiorrespiratória, ocorrida no interior do Mercado Público.

Para a equipe de comunicação do Legislativo, Érico contou que a vontade era de fazer uma estátua grandiosa, que pudesse ganhar notoriedade e com isso divulgar o nome da cidade. O artista trabalhou no projeto por aproximadamente três anos e para dar forma à imagem, Gobbi utilizou como modelo uma gravura de Iemanjá, adquirida de um vendedor vindo da cidade de Pelotas.

Ao apresentar o resultado final do trabalho para o então presidente da União Rio-grandina de Cultos Umbandistas e Afro-Brasileiros Mãe Iemanjá (Urumi), Vilmar Tavares, Gobbi explicou que a ideia seria de colocar a imagem na parte central da Praça Xavier Ferreira, onde seriam realizadas as homenagens que poderiam ser seguidas de uma carreata até a praia. Já a sugestão de Tavares foi pela instalação no Cassino.

Ainda sem a decisão sobre o destino da imagem, a obra foi colocada em exposição para a comunidade no antigo Cine Glória. Na ocasião, Gobbi havia decorado as mãos da estátua com pérolas verdadeiras, as quais foram furtadas na sua totalidade. A instalação definitiva no balneário teve a participação do ex-secretário Renato Albuquerque, cuja importância foi destacada por Gobbi durante a entrevista.

“Em 1976 ela foi inaugurada. Foi inaugurada através do Rubens Emil Corrêa e também pelo Renato Albuquerque que deu muita força para fazer, porque se interessou e queria que fosse colocada naquele pedestal”, recordou o artista. As despesas da instalação foram custeadas por um concurso que elegeu na época a Rainha da Juventude, onde cada voto teve o custo de um Cruzeiro.

Dividida em duas partes, a entrevista completa com o escultor pode ser conferida no canal de André  Menestrino ou clicando nos dois players abaixo.

Parte 1

Parte 2